A Conferência Internacional Canção de Protesto e Mudança Social (ICPSong'16) insere-se no plano de atividades do 1º ano do Observatório da Canção de Protesto recentemente fundado em Grândola. A ICPSong’16 é organizada pelo Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança e pelo Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), da Universidade Nova de Lisboa e pela Câmara Municipal de Grândola. Realiza-se na FCSH em Lisboa, no centro da cidade, entre 15 e 17 de Junho de 2016.
A ICPSong'16 propõe reflexão e prática sobre relações diversas entre canções de protesto e processos de mudança social nos séculos XX e XXI, a partir de perspectivas científicas e performativas várias em torno de três eixos temáticos específicos, não se limitando a eles:
1. Resistência;
2. Revolução;
3. Consciência Social.
A ICPSong'16 lembra a experiência histórica que em Portugal levou à instauração da democracia em Abril de 1974, na qual as canções de protesto, então chamadas de intervenção, desempenharam um importante papel enquanto forma de luta, na oposição ao governo ditatorial e à guerra colonial. A ICPSong’16 propõe ainda três áreas performativas em workshops de composição musical, performance e criação de redes através da música.
Envolvendo Ciências Sociais, Humanidades e Artes, a ICPSong’16 convida os participantes a apresentar comunicações, painéis, mesas redondas, oficinas performativas e posters, sobre diferentes experiências de concepção, produção e recepção de canções de protesto. São bem vindas abordagens teóricas múltiplas e explorações práticas performativas diversas, integrantes de situações de resistência, revolução e consciência social, local ou no exílio, em espaços regionais, nacionais ou transnacionais, envolvendo canções e músicas de protesto de todos os tipos.
Com um programa académico e social diversificado, com produção e recepção musical variada, entre Lisboa e Grândola, a ICPSong’16 conta com a participação de Keynote speakers tais como David McDonald (Indiana University, Bloomington, USA) sobre canção de protesto e resistência palestiniana, Michael Frishkopf (University of Alberta, Canada) sobre música e as novas revoluções árabes, e Noriko Manabe (Temple University, USA), sobre canções e o movimento anti-nuclear japonês. A ICPSong’16 conta ainda com a participação de Key animators tais como Vitor Lima (Academia de Música de Viana do Castelo) com canto polifónico das Heróicas de Fernando Lopes-Graça; Mário Correia (Sons da Terra, Sendim) com criação de redes urbano-rurais-transnacionais; e Maze (André Neves, Dealema) com composição de poesia rap de intervenção em Portugal. A ICPSong’16 produz e mostra no seu espaço, a exposição Discos na Luta e Revolução dos Cravos de Hugo Castro et al.
A ICPSong16 apela à participação nos vários domínios científicos e performativos, nas línguas da organização (português e inglês), e também em espanhol e francês. Inclui uma visita à emblemática cidade alentejana de Grândola, símbolo de resistência e protesto, imortalizada na canção de José Afonso que serviu de senha, transmitida pela rádio, ao arranque da ação militar da Revolução de 25 de Abril de 1974.